Amigos, amigas, manos e manas,
Muito se tem falado sobre as ações do governo israelense em Gaza. A guerra extrapola o campo físico e avança feroz pelo campo da informação e, nesse mundo livre da internet, é fácil produzir estatísticas, argumentos, analogias, desculpas etc.
É impressionante o que se pode estudar sobre a "arte de dialogar" e as estratégias que são aplicadas na defesa de um ou de outro ponto de vista.
Antes de expor minha visão, preciso fazer um longo preâmbulo, que eu sei não vai adiantar de nada, cada um vai ler o que quiser mesmo e extrair do texto os pedaços que lhe convier para defender seu ponto de vista e mostrar que ou eu o estou corroborando ou estou me opondo a ele.
Senão vejamos: eu tenho um profundo respeito pelo "povo judeu". O judaismo contribuiu em muito para o que hoje temos como sociedade ocidental. Eram eles os ourives que deram origem aos bancos, foram eles que escreveram (senão ao menos difundiram) as bases dos princípios morais e religiosos em que muitos de nós, independentemente de crença, fundamentamos nosso comportamento e, sim, eles são um povo que vagou por várias nações sofrendo preconceito sendo "escorraçados" até que Hitler teve a hedionda ideia de extermina-los.
Tenho amigos judeus, com quem sempre aprendo alguma coisa (até "piadas de judeu", como no segundo grau onde convivi com as "meninas do normal", em sua maioria judias).
Por fim, como teórico da conspiração, acredito que o "eles" que controlam a sociedade ocidental sejam, senão no todo, em sua maioria, judeus, todos sentadinhos tranquilamente naquela avenida de Nova York. Com efeito, li um estudo (a melhor reprodução que achei foi aqui) em que uma das versões dizia que 6% (quem for ao link, relacione com os "6" Norte americanos) da população mundial detinha 60% de toda a riqueza do mundo e que seriam todos norte americanos e judeus (não consegui achar essa versão).
Anyway, outra coisa que preciso deixar muito clara é que sou verdadeiramente contra o terrorismo (seja ele físico ou ideológico), mas, em muitas situações eu o entendo, o que não quer dizer que eu concorde com ele!
Também é importante estabelecer que li várias versões (várias, religiosas, históricas, geográficas) sobre quem tem e quem não tem direitos sobre o território de Israel e confesso que não cheguei a uma conclusão satisfatória. O que não significa que vou "subir no muro" nessa questão. Basta que se veja o mapa (no meio da página) que mostra a evolução da população na região, para ver que, tendo direito ou não, os judeus simplesmente "já tomaram" o território.
O que me incomoda, nesta história é ser "chamado de idiota". As estratégias de comunicação que Israel vem utilizando e, à reboque, alguns desses meus amigos judeus e outros que não o são, mas que ou simpatizam com a causa ou tem medo "deles" ou simplesmente se convenceram dos argumentos ou, finalmente, acham que o Hamas é o culpado pelos bombardeios, porque o Hamas é o "bicho papão", feio, mau e pronto(!), são (as estratégias, não se perca em minha prolixidade) de ofender a inteligência de qualquer interlocutor.
Desde o "comentário anão" do porta voz isralense até os posts que tenho visto no Facebook, ainda não vi um argumento sólido que justifique o massacre que está sendo cometido em Gaza. (Sim, já começo a indicar minha "posição no conflito", se é para ser booleano, então já vou logo dizendo: estou contra o governo de Israel e o Tio Sam, sei que não adianta, mas isto não quer dizer contra "os judeus" e "os americanos", mas quem quiser interpretar o contrário, eu só lamento e espero que não venha um dia a ser meu chefe ou cliente!).
Senão vejamos alguns posts que estão sendo usados para, digamos, "arregimentar simpatizantes" para Israel:
- foi descoberto um plano do Hamas para conquistar Israel através de túneis pelos quais os terroristas, aproveitando um feriado, sequestrariam pessoas e tomariam Israel. (Nem vou comentar...)
- 87% da população de Gaza é contra o Hamas e quer um governo israelense (!!). Ok, supondo que esse número seja fidedigno, surge uma pergunta: Por que essa população que está sendo massacrada, já que vai morrer mesmo, não se vira contra o Hamas e os ataca? Convenhamos, num território daquele tamanho, todo mundo deve se conhecer pelo nome e sobrenome, né? (ok, isto foi uma figura de linguagem, não tentem jogar fora tudo o que escrevi, por causa de um exagero!); essas pessoas que estão "enjauladas", sem água e sofrendo um verdadeiro apartheid...
- Por que não olham para os massacres na Líbia? Para os assassinatos no Rio de Janeiro? Ou qualquer outra mortandade por aí? - O que se quer com um argumento como esses? O que isso quer dizer? Deixem-nos matar os palestinos "em paz" (pun intended) e vão cuidar das suas vidas ou das de outros assassinos? Essa estratégia de "olhe para lá, tem coisa pior" me deixa muito aborrecido, é fazer pouco da minha pouca inteligência.
- O mundo está expressando seu ódio pelos judeus. Bom, eu não posso falar pelo mundo, posso falar por mim (e já falei aqui!). Eu, e muitos dos que conheço, estou expressando meu tremendo desacordo (ódio não porque não é um sentimento que eu costumo alimentar) com as ações do governo de Israel. Netanyahu hoje (e todos os que o apóiam, na minha visão) já pode ter seu retrato pendurado na mesma parede onde estão os de Hitler, Mladic e dos líderes dos outros maiores massacres da história. (E Mr. Peace Nobel Obama, está reservando seu espaço nesta parede!). De qualquer forma, o drama do coitadinho não serve. O post de Eduardo Galeano derruba este argumento.
- Se você é contra o ataque a Gaza, você é a favor do Hamas... quando escuto isso, penso em falar um palavrão... aí, conto até dez para não perder a razão. Mas a resposta é algo do tipo: "Querido, qual parte do sou contra o terrorismo você não entendeu?"... Este é, de longe, o argumento mais estúpido ou de má fé que se pode usar.
Resumindo:
Sou contra os ataques a Gaza, Israel tem inteligência e tecnologia para acabar com o Hamas, sem acabar com a população Palestina da região e não o faz, porque não quer.
Eu vejo dessa forma: Israel quer o território todo (não me importa se tem direito a ele ou não) e vai empregar, incansavelmente, todos os esforços para conseguir isso, seja expulsando ou exterminando os árabes que lá estão, simples assim.
Blessed be! Fiquemos em paz.
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