by Ginnungagap

Afirmar é não negar, mas não negar não é afirmar!! O contrário também é verdadeiro.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dom Pança

"Só há um jeito de caberem 7 bilhões de líderes no planeta. É sendo, cada um,  líder de si próprio". Com essa frase, eu encerro uma de minhas palestras para professores. Falo sobre "Rompendo Paradigmas na Educação"...
Anyway, feito o meu comercial, não foi a palestra que me trouxe a este post.

Ontem, coloquei esta frase no meu Facebook e obtive respostas interessantes. Ei-las:

"Infelizmente o ser humano foi projetado para, estatisticamente, não ser o líder do bando, mas sim seguir um líder..." - Bruno;   
"Mas e a vaidade de mandar em alguém, onde fica????" - Cris; 
"Anarquia !" - Victor;  
"BBooooA" - Hyago;   
"Adorei !" - Andressa;    
"Não é tão fácil ser líder de si próprio. Somos movidos por sentimentos e emoções. Acredito que devemos nos submeter a uma liderança mas ñ abrir mão da nossa reflexão." - Renata.

Bom, à Andressa e ao Hyago, agradeço pela força. 

Minha querida irmã Cris, é fato... Nada impede que controlando a nós mesmo sejamos mordidos pelo bichinho da vaidade, mas... aí... já não mais nos controlaremos, não é? A vaidade é como uma isca jogada a um peixe, não importa o tamanho, pode ser uma tainha ou um tubarão. Uma vez que o peixe morde a isca, pode demorar, ele pode "espernear", mas nós o levamos para onde quisermos. De qualquer forma, "Controle seu destino, ou alguém o fará!"

Renata, como vou explicar mais abaixo, não tenho problemas em me submeter a uma outra liderança, mas tem que ser uma liderança de verdade. Não vale ser "representante do super-hiper-mega-ultra-líder-do-universo", com todo o respeito.

Ao Victor, digo que "o buraco é mais embaixo", qualquer dia, podemos discutir sobre o realmente é "Anarquia" e, se ele tem essa consciência, eu fico muito feliz. Ser líder de si mesmo, não quer dizer que devemos ignorar tudo à nossa volta e criar um mundo próprio... muito, muito pelo contrário.

Ao mano Centauri, digo que Ted Turner tem uma frase: "Lidere, siga ou saia do caminho". Acho-a bastante pertinente, o problema é que, se extrapolamos esse conceito para "o mundo", o que seria "sair do caminho"?

Costumo dizer que não há necessidade de líderes, apenas de coordenadores ("CO"!!). Aí, Victor!

Morei num lugar onde dizem que só existem dois tipos de pessoas "as que mandam e as que obedecem". Seguindo essa lógica,  lá eu não existo, porque não suporto obedecer e, igualmente, não suporto mandar, mas... se sou forçado a escolher um... lógico que vou preferir mandar. 

Digo sempre que não tenho problema em ser o "Sancho Pança" (viu, Renata?), mas o Don Quixote tem que ser "bom para ca!#$!#@$ramba". (isso explica também o título do post).

O nosso problema hoje é que todo mundo quer ser líder e ninguém sabe ser liderado!! As pessoas de um modo geral, no trabalho ou em associações ou em qualquer "grupinho", reconhecem apenas três tipos de líderes: 

            - O "tirano", aí fazem tudo porque tem medo dele; 
            - o "babá", aí fazem tudo porque ele é bonzinho toma conta e fica lembrando toda hora o que tem que ser feito e 
            - o "bobão", aí ninguém faz nada porque sabe que ele vai "lá" e vai fazer. 

Agora, ninguém tem consciência de "fazer o que precisa ser feito" espontaneamente, confiando que o líder (COordenador) é só alguém que tem uma visão mais completa do que a sua, já que você está ocupado olhando apenas para o que você tem que fazer.
Não acredito que tenhamos sido projetados para seguir a um líder, os bandos foram projetados para terem líderes temporários e nós vivemos em bando. Acho que a melhor analogia que podemos retirar do mundo animal são os gansos voando em "V". Melhor exemplo de liderança, revezamento, consciência de grupo. Precisamos seguir, do mesmo modo que precisamos guiar.

Anyway. Há muito o que se falar sobre liderança. De fato, há muito material sobre o assunto, ainda escreverei outros posts também...
Termino, citando a majestosa "Dama de Ferro" que conduziu a Bretanha por mais de uma década, Mrs. Margareth Tatcher: Ser líder é como ser uma dama. Se você tem que ficar lembrando aos outros que é, é porque você não é!

Blessed be.
Ginnungagap

domingo, 19 de junho de 2011

Turma particular...

Que o Brasil é um país sui generis todo mundo sabe. A inteligência do povo, provavelmente fruto da salada genética que nos constitui, aliada à falta de cultura e à falta de companheirismo do povo produz situações que são, para dizer o mínimo surreais. (sim, somos um povo "solidário", mas não somos "companheiros", não somos "irmãos", nossa caridade paternalista será alvo de outro post futuramente! Mas esse já é um primeiro paradoxo).

Aqui, tudo é e não é, ou melhor, é mas não é. Tudo é feito "para inglês ver", embora os ingleses já não sejam os patrões há muito tempo.

Tim Maia resumia-nos de forma um tanto chula, mas sociologicamente bastante acurada: "Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme e traficante se vicia". Eu sempre disse que o país é o "paraíso dos sociólogos" até que um chegou ao poder e de uma só tacada, transformou esquerda em direita radical, instituiu um "parlamentarismo de fato" e, vaidoso ferido, apoiou e apoia seu inimigo político contra seu próprio partido, porque este partido não permite que seu predileto seja candidato.

O "jeitinho brasilieiro" é uma "arma" poderosa e que atira pela culatra quando o alvo é o desenvolvimento da nação. A corrupção é endêmica e vem de berço, subornamos nossos filhos, subornamos as entidades que veneramos (ou você paga sua promessa antes de receber a graça?), não temos medo de macumba porque temos "o corpo fechado" ou "não acreditamos" mas "respeitamos" (essa é ótima!!), vivemos sob o lema de que "a lei é feita para ser quebrada" ou sob "leis que não pegam".

Nosso governo, que não caiu aqui vindo de Alfa-Centauro, usa a lei como prerrogativa para coibir reclamações. "Aos amigos tudo, aos inimigos a lei"... Que país é este? Este é o Brasil. Eu ainda vou escrever muita coisa sobre isso... What can I do? Life is a bitch.

Anyway, filosofia e "papo batido" à parte, o que me trouxe a escrever estas poucas linhas foi uma conversa que tive dia desses com uma amiga de trabalho.

Sabando que sou professor e que me interesso por pedagogia, ela buscou conselho sobre o que fazer pois seu filho, mesmo estando na "explicadora", não havia conseguido boas notas. Eu sugeri que ela interpelasse a explicadora e que, no próximo bimestre, não havendo melhora no resultado, que trocasse de explicadora.

Foi quando que ela me deu um dado muito importante para o contexto, seu filho não ia muito bem com a explicadora porque ela não tinha tempo para ele... Isso mesmo, meus poucos amigos leitores, vou repetir: A explicadora, particular, não tinha tempo para seu aluno!! Como isso é possível? Perguntarão alguns.

Simples, como todos os "espertos" que povoam e prejudicam esta bagaça deste país, a explicadora em questão, uma senhora, não dava aulas particulares "apenas" para o filho da minha amiga de trabalho e sim, para uma uma turma(!!!) de quinze (!!!) alunos.

Evidentemente sugeri a minha amiga imediatamente tirasse seu filho dessa ... (segunda escola!!).

Vejam o que faz a necessidade de uma senhora que não pode se aposentar, porque vai morrer de fome e andar pelada: ludibria quinze famílias (quer dizer, não quinze, porque para algumas crianças ela aparentemente dá aula). Isso, assumindo que ela não age conscientemente de má fé.

Esse é um exemplo, a senhora se defende como pode, enganando trouxas e provavelmente ainda acha que tem o direito porque precisa comer...

Não sei se esta senhora vai ler este post, não tenho o direito de julgá-la porque ela é tão vítima da própria falta de educação e necessidades básicas quanto culpada pelas atitudes de moral questionável. Mas, se ela ler o post que se conscientize de que o que faz não é certo, prejudica pessoas para viver. Que ela então se candidate e vá fazer isso no lugar certo, no Congresso ou no Executivo pelo menos lá ninguém vai confiar a ela a educação do filho.

Blessed be.