by Ginnungagap

Afirmar é não negar, mas não negar não é afirmar!! O contrário também é verdadeiro.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

De saco cheio! (acho que até de mim mesmo!)

Bem amigos, pacientes leitores deste blog...

É...  o começo deste post remete propositadamente a Galvão Bueno e a tudo o que ele representa, exploração econômica do esporte (pela Globo e quetais), imbecilidade útil, diversão para a massa ignóbil, um palhaço que comanda o circo (isso, do "pão e circo") que ilude a todo mundo. (Afinal a Copa está aí e já tem muita gente boa dizendo que não torcer pela seleção é falta de patriotismo!).

Quero lhes contar um segredo. Atenção! Isso é uma bomba! Ninguém no universo sabe disso. Só estou conseguindo fazer este post porque tenho poucos leitores e ainda não chamo a atenção d"eles" (sim, o "eles", com aspas, que comandam o país e o mundo). É com muita alegria que comunico a vocês, em primeira mão que o PT não inventou a corrupção!

E digo mais (depois disso, os meus eventuais radicais leitores "anti-PT" pararão de ler o post, mas todos temos o direito a uma opinião. Não me preocupa se vou ser tachado de "comunista" ou "amante do PT", porque não o sou), se me pusessem uma arma na cabeça hoje e me obrigassem a votar em qualquer um dos candidatos à presidência que temos aí, depois de pensar seriamente em apertar o gatilho eu mesmo (!), eu votaria na Dilma. (Eu não vou votar, vou justificar meu voto, isso significa que tacitamente estou concordando com o que vier. No fundo, para mim, fará pouca diferença).

Senão vejamos: o PT chegou ao poder depois de tentar pelas "próprias pernas", vendendo a alma para os verdadeiros controladores do país (já falei disso em outro meu último post, aqui no blog e no Facebook), mas vou repetir (para efeito de fluidez do discurso): o grupo que, se fosse comparado a um iceberg, teria José Sarney, Renan Calheiros e o PMDB como "ponta do Iceberg". Este grupo está efetivamente no poder há pelo menos 30 anos. São banqueiros, grandes empresários e políticos astutos.

Recapitulemos: Eu sempre disse que o Brasil é o paraíso dos sociólogos (o que penso do país está no meu penúltimo post). Fernando Henrique provou isso ao chegar lá e implantar um verdadeiro parlamentarismo "tácito", ao conseguir se reeleger e tal...

Durante seus oito anos de poder, THC, digo, FHC sobreviveu a escândalos e a um mensalão de 200 mil reais para se reeleger. À época, caíram Serjão, Mendonça de Barros e outros, deixando incólume sua majestade o presidente (ainda vou escrever sobre isto, mas "votaria" em FH para "rei"). Nestes mesmos oito anos, FHC "vendeu" a imagem do país como poucos, discursou na Sorbonne, salvou Clinton por telefone no caso do "charuto sabor perereca" (quem não se lembra de Bill sentado num banquinho, fazendo propaganda para Serra, para retribuir o favor?). O problema é que FHC e o PS-em-cima-do-muro-DB governaram exclusivamente para a elite, espremendo os pobres, iludindo a Classe Média (que acha que é elite) e disfarçando com Iogurte, Frango e Dentadura.

Mas FHC fez uma coisa boa (aliás, quem fez foi o sujeito mais injustiçado da história do país, Itamar Franco), ele acabou com a inflação. Só que, meus amigos economistas me ajudem, acabar com a inflação, com o nível de juros praticados neste país é promover uma concentração de renda mais absurda que, ou tanto quanto, a famigerada Correção Monetária inventada por Delfim na época da ditadura. (By the way, aos amigos que defendem a época dos militares, digo que ainda estou esperando pela minha fatia do "bolo que Delfim cresceu"! Caso voltem ao poder, por favor, paguem a dívida. Aproveitando o parêntese, FHC e o tucanato conseguiram transformar Socialista em Extrema direita, impressionante!).

FHC vendeu a imagem do país e vendeu o país também! Nossos ativos (Teles e outras) foram repassados a grupos privados, com fundos do BNDES (ou seja, compraram de nós, com o nosso dinheiro) à "troco de banana" e nossa dívida externa cresceu algo próximo de 700% no tucanato. (Ainda não li, mas já está "na agulha" A privataria tucana.).

FHC tinha, no entanto, muita popularidade e poder para eleger seu sucessor (como disse o funesto falecido presidente da federação carioca de futebol, Eduardo "Caixa D'Água" Vianna, quem tem o poder e perde e burro ou fraco). Com efeito, FHC foi burro (é, no nível em que ele está, o erro que cometeu pode ser chamado de burrice), enfurecido e cego pela vaidade, ao ver seu pupilo "Aecinho" derrotado internamente nas "prévias" do PSDB, o "assim-não-é-possível" Fernandinho, o que fez? Apoiou Lula, que havia 20 anos lutava para chegar ao poder e o levou (FHC ao Lula) pela mão até os supremos mandatários da nação. Para quem não se lembra, FHC já queria Aécio no trono havia muito tempo. Ele e seu vice chegaram ao ponto de se ausentar simultaneamente do país, quando Aécio era presidente da Câmara, para deixar o garoto brincar de "presidente por um dia"  (e foram três dias!!), como se a presidência da república fosse "um mimo". Ainda recordando, FHC chegou mesmo a subir num palanque de Lula durante a campanha que elegeu pela primeira vez o bearded frog.

Finalmente no poder, Lula e seus asseclas acreditaram (como Collor acreditou) que conseguiriam tomar o poder, pior, que tinham poder de verdade. Eles conseguiram, no entanto, convencer a elite de que deveriam de fato jogar migalhas para a patuléia. Justiça seja feita (quem se preocupa com justiça neste país, né?), o PT promoveu a maior redistribuição de renda da história do país. Mas uma distribuição ilusória, tal e qual FHC e seu controle de inflação com juros escorchantes, Lula deu dinheiro para o povo sem, no entanto, dar as ferramentas para que este povo pudesse realmente evoluir. Ou seja, o dinheiro foi todo para o consumo e para os bancos (de volta). Quem se ferrou (de novo)? A Classe Média de verdade, que acabou financiando a farra (como sempre).

Lula (himself) nunca se preocupou com o povo ou com a nação. Tudo o que ele queria era "chegar lá". De cara, afastaram-se dele os "puristas" e "idealistas" do PT, Marina, Chico e o PSOL. (Aqui cabe mais um parêntese: se é que se pode colocar político e íntegro na mesma frase, Chico Alencar ainda é o político mais íntegro que eu conheço, mas não ponho minha mão na água morna, por ele! E, por favor, não me falem de Marcelo Oportunista Freixo). Em seguida, começaram a se decepcionar os "intelectuais da esquerda" ao verem que, apesar de alguma coisa boa, Lula havia se transformado (dúvido que algum dia tenha deixado de ser) naquilo a que radicalmente se opunha: mais do mesmo. Sobre Lula, aconselho esta entrevista de José Nêumanne Pinto. Não deixem de ouvir!!!).

Anyway, José Dirceu, Genoíno, Gushiken (se estivesse vivo) foram parar na cadeia (mas nem tanto) como castigo por terem tentado tomar o poder. Lula lavou suas mãos e disse que "não sabia de nada" (tal e qual FHC com seus escândalos) e Palocci (cadê ele?), botou o rabo entre as pernas e foi beber whisky com Marco Maciel (presumo eu).

Lula incomoda porque desfaz a ilusão da Classe Média que a direita promove. O PT, com sua apologia à pobreza, joga na nossa cara o quanto somos idiotas e trabalhamos para pagar as regalias dos corruptos e não nos permite mais tratarmos o povo como ralé, porque o povo agora também pode comprar. Ele acaba com nossa alegria hipócrita.

Dilma (como Collor e como José Dirceu) acreditou que conseguiria "enganar os lobos". Fingiu-se de "poste" para ser eleita e começou a mostrar suas asas, uma vez no governo. É uma mulher forte, decidida que, lógico, não sabe falar em público (chega a ser pior do que Lula quando improvisa), mas também é mais do mesmo. Ela correu (e ainda corre) o risco de cair, se tentar continuar andando com as próprias pernas, seja vendo Lula ser o candidato pelo PT, seja perdendo para Aécio.

Você deve estar se perguntando: e o Galvão? E o saco cheio?

A Copa do mundo está sendo usada politicamente para ataque ao governo. Eu particularmente, estou sem tesão para o futebol, sem tesão para a FIFA e a CBF (acho que os maiores antros de corrupção desde o Império Romano). Mas acho que as pessoas devem abrir os olhos. A Copa não é o PT, assim como o futebol não é o Brasil!

Não acho que os opositores de Dilma irão fazer algo melhor do que o que ela faz. Inclusive já disse que ela devia utilizar como slogan (parafraseando Tiririca): "Melhor do que está não fica!" (e está uma m...).

Então, sejamos contra a Copa, desfaçamos finalmente a idéia de que, sermos os melhores do mundo no futebol, nos faz "os melhores do mundo de alguma outra forma", não vamos aos estádios, não assistamos aos jogos, mas não misturemos PT e Copa.

Toda a vez que vejo um vídeo maneiro, como este ou este, contra a Copa, falando de nossas mazelas e estou pronto para clicar em compartilhar, descubro que o vídeo é, no final, uma propaganda "anti-PT" e não compartilho (tá, estou compartilhando agora, mas com a ressalva feita!!). Cabe acrescentar que depois de "pensar um pouco", acredito que "roupa suja se lave em casa". Não acredito que vamos conseguir algo mostrando ao mundo nossas mazelas, temos que resolver por nós mesmos, aqui dentro.

O PT é uma grande decepção, mas qualquer um que elegermos também será se não conseguimos tirar do poder quem verdadeiramente manda nele. E não vai ser fácil!!

Outra coisa que tem me enchido o saco é: "Vote direito"... Cazzo! Em quem? Não há meio de anular eleição (isso vale outro post) e, de fato, brasileiro vota como se estivesse "apostando em corrida de cavalos", o brasileiro médio (conheço gente boa que está neste "saco") acha que se seu candidato perder, ele "jogou seu voto fora" então muitos (muitos mesmo!!!) votam em quem acham que vai ganhar, em vez de votar em quem acham que deveria ganhar... (OMFG!) Mas votar direito é algo impossível com os políticos que temos aí. (Você que mora no Rio de Janeiro e vai votar para Governador, diga-me se a primeira coisa que vem à cabeça ao se olhar para a lista de candidatos não é "WTF???")...

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Fiquemos ligados e o último que sair apaga a luz do aeroporto!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A excrecência chamada PMDB

Gostaria de dividir com vocês o seguinte raciocínio.

1) O que era o MDB? O Movimento Democrático Brasileiro era um verdadeiro "saco de gatos" onde se reuniam todos os que eram contrários à ditadura militar. Desde os radicais esquerdistas que hoje são o PSTU até moderados que hoje estão na direita, em partidos como o PFL, por exemplo. À época da ditadura, só era permitido o bipartidarismo, então, tínhamos, do lado do governo a ARENA (Aliança Renovadora NAcional) e na oposição o MDB.

2) Com o fim do bipartidarismo em 1979 e a (re)regulamentação dos partidos comunistas em 1985, o Brasil viu renascerem partidos como o ultradireita PDS (Partido Democrata Social) e o PCB(Partido Comunista Brasileiro, cuja sigla seria mais tarde extinta por seu líder, e durante muito tempo um exemplo para mim, Roberto Freire, em quem votei para presidente da república em 1989, tornando-se o atual PPS).
A direita, criou muitos partidos, a esquerda também...
Só que, notem, não surgiu um "P"ARENA, por quê? Porque não fazia sentido, as pessoas estavam juntas ali por conveniência, porque mamavam na tet.. quer dizer, por afinidade ideológica com a ditadura. Ao não verem mais necessidade de estarem agrupados, trataram de recriar seus partidos "pré-bipartidarismo". Cabe observar que a UDN (União Democrática Nacional) não resurgiu, porque, à época, todos os partidos teriam que começar com "P" (de PQP)...
Ocorre que, na esteira de um oportunismo e de um fisiologismo profissional, o MDB não se separou totalmente... Em vez disso, seus membros resolveram criar o "P"MDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) que continuou sendo um "saco de gatos", já sem os radicais de esquerda, sem Leonel Brizola e seu PDT (Partido Democrata Trabalhista. Ele tentou recriar o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, de Getúlio Vargas, mas não me lembro agora porque não conseguiu, acho que foi algo como uma divergência com a filha do ex-presidente).

3) Na primeira eleição direta para governadores, o PMDB praticamente ganhou o país. Foram, se não me falha a memória, quase 20 governadores nos, então 23 estados do país (Roraima, Rondônia e Amapá eram territórios e não existia Tocantins, Mato Grosso não estava dividido. Aliás, essa coisa de criar estados vale um post, Sarney usou o  "emancipado" Amapá  para poder se eleger, deixando espaço no seu quintal, o Maranhão para outros membros da quadr... digo, da família). Ao chegar ao poder, o que aconteceu com o PMDB?... Simplesmente rachou! Não poderia ser diferente. Ainda tentavam conviver correntes de pensamento muito diferentes, ou melhor dizendo, todo mundo queria puxar a sardinha do comando do país para sua brasa... Quem ganhou a briga? O grupo representado por Sarney, Calheiros, Maciel, Barbalho e tantos outros nomes de moral irretocável (porque não adianta tentar retocar, né?) da política nacional.

Este grupo está no poder até hoje, utilizando o nome do MDB, um grupo que representa o que de mais retrógrado existe na política e no relacionamento com a coisa pública... Ergo, uma excrecência...