by Ginnungagap

Afirmar é não negar, mas não negar não é afirmar!! O contrário também é verdadeiro.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mais um Textículo (título no final).


Aquele dia amanheceu como nunca... o sol brilhava como nunca; as nuvens estavam coloridas como nunca; os pássaros, lindos como nunca, cantavam como nunca. A Terra girava como nunca; os astros se moviam, como nunca; as pessoas falavam como nunca... era um dia como nunca...
Como nunca...
Como nunca, ele despertou, foi ao banheiro, fez sua assepsia, preparou o café, pôs a mesa, arrumou a cozinha, como nunca... Como nunca, ela ficou dormindo, ele a acordou com um beijo suave na testa, deu-lhe um abraço carinhoso como nunca...
Então, tomaram café, como nunca, se olharam como nunca, conversaram como nunca. Ele leu jornal, como nunca, ela viu TV... como nunca...
Eles conversaram mais, se abraçaram, se “cafunezaram”, se beijaram, como nunca.
Eles se tocaram como nunca e, naquela tarde (bela como nunca) ficaram em casa, como nunca...
Como nunca, eles não discutiram... Como nunca, eles se envolveram e se enroscaram e rolaram e suaram e lamberam e cheiraram, como nunca...
Com nunca, eles se despediram...
E se abraçaram e se beijaram, como nunca mais iriam fazer...
Fim

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poesia, numa hora dessas?

Blessed friends, sei que estou mais para "poeteiro" do que para poeta, mas não resisto a escrever uns versos de vez em quando. A poesia é a hipérbole da existência... Anyway, o título está no final. - Blesse be.


sofro a dor da desilusão...
sofro a dor doída da desilusão...
sofro a doida dor doída da desilusão...
dói-me a doida dor doída da desilusão.

choro as lágrimas da lamentação...
choro as lágrimas lancinantes da lamentação...
choro as lentas lágrimas lancinantes da lamentação...
laceram-me as lentas lágrimas lancinantes da lamentação...

ouço o som da solidão...
ouço o som surdo da solidão...
ouço o seco som surdo da solidão...
soa-me o seco som surdo da solidão...

busco o alento da amizade...
busco o alento aconchegante da amizade...
busco o apoiador alento aconchegante da amizade...
anima-me o apoiador alento aconchegante da amizade...

reflito, pois sofro, pois choro, pois ouço, pois busco...
porque dói-me a busca,
porque soa-me o choro,
porque lacera-me o que sofro,
porque anima-me o que ouço.

E sozinho, amigo, só me resta lamentar a desilusão...

Ecos de uma ilusão.
Ginnungagap.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Paixão só com o novo...

Noutro dia, conversava com uma amiga de trabalho sobre a relação entre amor e paixão. Para mim é simples entender que a paixão é um estágio do amor. Para mim, no fundo, qualquer sentimento entre duas pessoas é amor, o ódio é amor, com o "sinal trocado". (A semântica e as "gradações" do amor, merecem um outro post, noutro dia qualquer).
Anyway, a paixão é um estágio inicial, de ignição, de descoberta, de aventura... As pessoas de forma geral amadurecem e, com elas, também amadurecem suas relações. 

Aí, precisamente aí, reside o "problema". O fogo da paixão e a adrenalina são fortes, a proximidade do medo é atraente (quem não gosta da montanha russa?), o amor não...

O amor é sólido é estável, é sereno, imutável. É terno, mas não é quente. A intensidade do amor pode ser muito maior do que a da paixão, o problema é que somos imediatistas e não queremos "coisas sólidas", queremos "coisas quentes" e o amor é "terno" a paixão é quente"

As relações amadurecem da paixão para o amor, mas os indivíduos da sociedade frívola e superficial em que vivemos não querem segurança, estabilidade e serenidade... Querem adrenalina, prazer intenso, não querem amor... querem paixão.

Por isso, porque não tem maturidade para encarar o amor, as pessoas buscam desesperadamente em suas relações aquele "fogo da paixão", querem ser "eternos namorados"...(É simples, basta serem "eternos adolescentes".).

Eu disse e ainda sustento que poucas coisas hoje em dia me apaixonam... Não tenho paixão por meus filhos ou por minha mulher, tenho por eles amor. Um amor que estará lá para sempre, ainda que a relação acabe, porque um amor que acaba, ou não acabou de verdade ou nunca foi amor.

Raul disse com muita propriedade "porque quando eu jurei meu amor, eu traí a mim mesmo, hoje eu sei que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez".

Entendo o que ele diz. Sei o que é o amor e gostaria de poder senti-lo por todo mundo, mas não posso. Sei o que é paixão e gostaria de senti-la novamente, mas é logisticamente complicado (ah! sociedade hipócrita) e custa caro (risos).

É possível apaixonar-se novamente pela mesma pessoa.. Pessoas podem passar por uma "transformação mágica", podem mudar seu comportmento e fazer com que seus parceiros novamente se apaixonem por elas (isso normalmente acontece após um rompimento, mas é uma assunto muito complicado para um só post)... Podem transformar sua forma de ver os parceiros e elas então (pessoas) ser reapaixonarem por eles (parceiros). Todavia, essas "transformações mágicas" geralmente despertam a paixão apenas de um lado, o que invariavelmente leva a relação ao declínio.


Anyway, não sou triste por não poder amar a todos, não sou triste por não sentir paixão, repito conformado meu "bordão" What can I do? Life is a bitch e vou "tocando em frente pela longa estrada"(Almir Sater), ciente de que se surgir uma nova paixão ela será  efêmera nunca mais forte (talvez mais intensa) do que o meu amor que é perene.


Essa é para mim, a diferença entre amor e paixão, amores são pouquíssimos, paixões podem ser muitíssimas...


Fato é que só há uma pessoa a quem não posso deixar de amar, porque ninguém a amará, se eu não o fizer, precisa dizer quem é?


Blessed be.


PS: sugestões de músicas para "complementar a idéia" (leia somente as letras se desejar).
     - A maçã. _ Raul Seixas
     - Medo da chuva _ Raul Seixas
     - Tocando em frente _ Almir Sater.