by Ginnungagap

Afirmar é não negar, mas não negar não é afirmar!! O contrário também é verdadeiro.

sábado, 23 de março de 2013

Eu sou o pai

Muito, eu sei, que errei na minha vida
Exagerei, em apertar ou soltar
Uma tarefa muito comprida
Ser pai, amigo, formar, educar

Fiz, estou certo, tudo o que pude
Impossível ou possível, fui eu
Leal, espontâneo, amiúde
Hoje, vejo, o amor prevaleceu

O futuro ainda me preocupa
Sei que não posso nunca esmorecer
Às vezes, sinto-me impotente

Meio cego, falta-me uma lupa
Ou uma forma exata para entender
Respeito, tenho-o sempre em mente

quinta-feira, 21 de março de 2013

Varanda

Sente-se,  a brisa está gostosa
Me agrada, ficar aqui de fora
Note, o quanto a vista é formosa
Aqui é bom de passar a hora

Se a conversa, então, for animada
Se o café estiver fresco, bem quente,
O tempo passa, numa toada,
Que acalma o espírito da gente.

Nesse banquinho, eu faço amigo,
Rio, choro, ouço histórias mil,
Durmo sozinho e até faço amor.

O mundo circula o meu umbigo
Meu cantinho é maior do que o Brasil
Morro aqui, não duvide, meu senhor.

É assim

Veem-se frases cada vez mais curtas
Ideias que voam rápidas e sucintas
Valores vão sendo modificados
E as relações vão-se tornando incógnitas
Mas, na essência, cada geração muda pouco,
Os filhos, sem querer, mesmo à contragosto
São espelhos dos pais, continuação inconsciente

Não há o que mudar, no amor, há?
Os antropólogos dizem que é uma invenção
Vivenciada por tolos românticos.
O amor, penso eu, é muito mais do que isso,
Supera em muito a razão para ter sido, por ela, criada.

Todos ainda o sentimos da mesma forma
E, quando ele chega, não há novidade,
Meninos, meninas, homens e mulheres
Podemos ser de esquerda ou de direita,
O peito bate forte, o mundo fica mais bonito,
Somos todos românticos e sempre seremos.